Assim que te foste choveu. E choveu por três dias.
Não levaste o que é teu, nem deixaste o que me pertence.
Só deixaste a chuva, que por três dias choveu.
Também deixaste a saudade, a que deixas sempre que te vais.
A que trazes, sempre que vens, para me deixar.
Deixaste-me a saudade e a chuva. A chuva que por três dias choveu sobre a nuca da saudade, deprotegida. Encharcou-a.
Pingando, a saudade murmura. Porque chove assim? Porque deixaste a chuva em vez de ti?
Porque não podes chover tu por três dias? Cair sobre mim, cair em mim... chover.
Foste. Foste, porque vais sempre, sem me deixar a tua chuva.
A tua.
Só queria que chovesses, sobre a minha nuca, desprotegida.
Vem, Amor, vem chover.
Vem cair em mim.
(19 de Abril de 2008)
sábado, 14 de junho de 2008
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1 comentário:
muito muito bom.
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